Boris Nzebo (b. 1979), Le vainqueur écrit l’histoire (diptych), 2016. Acrílico e posta em tela, 230 x 199 cm.

ARTE AFRICANA

Arte africana moderna e contemporânea: uma introdução às questões fundamentais

Professores

 Zoë Strother (Columbia University); Sabrina Moura (UNICAMP); 

Professores das Universidades Anfitriãs – 1° semestre 2022

 Patrícia Meneses (UNICAMP); Afonso Medeiros (UFPA)

Segundas às 2PM BRT

DESCRIÇÃO DO CURSO

Este curso, elaborado em diálogo com o Prof. Z.S. Strother (Universidade de Columbia), apresenta uma introdução às expressões artísticas produzidas no continente africano desde a década de 1960 até o presente. De obras a práticas de exposição, o curso apresenta uma série de estudos de caso que esclarecem os contextos históricos e políticos nos quais as obras foram produzidas.

Ao abordar as oportunidades e os desafios de estudar e pesquisar a arte africana contemporânea no contexto brasileiro (e latino-americano), o curso argumenta que o campo oferece perspectivas teóricas importantes sobre questões cruciais da história da arte atual – além de uma estrutura puramente geográfica. Assim, ao longo das aulas, exploraremos temas como temporalidades ( moderna/contemporânea), cartografias da produção artística (local/global), identidades (pertencimento diaspórico/nacionalismos/gênero/raça) e políticas de memória (arquivos/história/fotografia).

AVALIAÇÃO

Presença e participação de discussões em sala de aula (20%), resenha (40%), redação final sobre estudo de caso (40%)

CRONOGRAMA

SEMANA 1

Apresentação do curso, do corpo docente, das formas de avaliação e do programa.

Rodada de apresentação dos alunos.

SEMANA 2

Pensando a arte africana contemporânea do Brasil I: Contribuições, possibilidades e desafios

 

Leituras Básicas

BEVILAQUA, Juliana. Um campo em construção: as coleções de arte africana nos museus brasileiros. Arte não europeia: conexões historiográficas a partir do Brasil. Estação Liberdade/ Vasto: São Paulo, 2020.

SALUM, Marta Heloísa Leuba. Que dizer agora sobre arte africana? Africa nas exposições da virada do século XX para o XXI, no Brasil e no exterior. Arte 21, São Paulo, Centro Universitário Belas Artes, v.2, n.3, jul./dez. 2014, p. 10-26.

Leituras Complementares

ARAÚJO, Emanuel (org.). Africa Africans: arte contemporânea. Museu Afro Brasil, 2015.

SEMANA 3

Arte africana na atualidade: Questões fundamentais

 

Leituras Básicas

ENWEZOR, Okwui; OKEKE-AGULU, Chika. Situando a arte contemporânea africana. In Africa Africans, São Paulo: Museu Afro-Brasil, 2015

KOIDE, Emi. Arte africana? Denominações, clichés e desafios em torno da produção artística contemporânea do continente africano. Fórum Permanente, 2015.

Screening of some segments of the public meeting at the Museu AfroBrasil, between Dominique Zinkpè (Benim), Owusu-Ankomah (Gana) e Soly Cissé (Senegal). Available in: http://www.forumpermanente.org/event_pres/encontros/africa-africans/videos/encontro-3

Leituras Complementares

SHONIBARE, Yinka. Of Hedonism, Masquerade, Carnivalesque and Power. Art of the Contemporary African Diaspora. Nova York: Museum for African Art, 2003, 163-77.

DIAS, José Antônio. Das Esquinas do Olhar. Artafrica, s/d.

SEMANA 4

Temporalidades I: Contribuições africanas para o debate sobre a modernidade

 

Leituras Básicas

OGUIBE, Olu. “Nationalism, Modernity, Modernism”. In: ______. The Culture Game. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2004, p. 47-59.

OKEKE-AGULU, Chika. Arte Africana Moderna. Artafrica, 2003.

ARAEEN, Rasheed. “Modernidade, modernismo e o lugar da África na história da arte da nossa época”. Artafrica, 2003.

Leituras Complementares

SALLES, Sandra M. A arte nigeriana e a produção do “moderno”: atores, trânsitos e narrativas. Anais do 30° Simpósio Nacional de História – História e o futuro da educação Brasil. Recife: Associação Nacional de História – ANPUH-Brasil, 2019.

MEIER, Sandy Prita. Modernism in Africanist Art History: The Making of a New Discipline. In: LINDGREN, Allana; ROSS, Stephen (Eds.). The Modernist World. Nova York: Routledge, 2015, p. 214-224.

HALL, Stuart. A modernidade e os seus outros: três momentos na história das artes na diáspora negra do pós-guerra. Artafrica, s/d.

HARVEY, David. Modernidade e modernismo. A condição pós-moderna. São Paulo: ed. Loyola, 2008

SEMANA 5

Temporalidades II: Contribuições africanas para o debate sobre o contemporâneo

 

Leituras Básicas

ENWEZOR, Okwui. Onde, o quê , quem, quando: Algumas notas sobre o conceptualismo Artafrica, s/d.

AMSELLE, Jean-Loup. 2018 [2005]. “L’art de la friche: French Artistic Networks in Africa” (com introdução de Z. S. Strother). Art in Translation 10 (3), 316-338, 350-51.

Leituras Complementares

CONDURU, Roberto. O mundo é uma tribo – ‘Africa Remix’ revisitada. Buala, 2011

MOURA, Sabrina. Arte contemporânea africana e os paradoxos da “virada global”. Arte não europeia: conexões historiográficas a partir do Brasil. Estação Liberdade/ Vasto: São Paulo, 2020.

SMITH, Terry. Arte contemporânea: correntes mundiais em transição para além da globalização. PÓS:Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG. v7., n.13: mai.2017.

BELTING, Hans. ‘Arte híbrida? Um olhar por trás das cenas globais’. Arte & Ensaios, UFRJ, ano IX, n. 9, 2002, p. 170.

SEMANA 6

Leituras guiadas + Discussão/preparação para a palestra do Prof. Z.S. Strother

 

Leituras Básicas

STROTHER, S.Z. Iconoclasmo por procuração. Arte não europeia: conexões historiográficas a partir do Brasil. Estação Liberdade/ Vasto: São Paulo, 2020.

OGUIBE, Olu. El Anatsui: Beyond Death and Nothingness. African Arts 1998; 31 (1): 48–96.

ACHEBE, Chinua. The Igbo World and its Art, Hopes and Impediments. N.Y.: Doubleday, 1989. 62-67.

SEMANA 7

Identidades e pertencimento I: a questão do gênero na produção africana contemporânea

 

Leituras Básicas

FALL. Ngone. Criando um espaço de liberdade: mulheres artistas de África. Global Feminisms, 2007

OGUIBE, Olu. Love and desire: the art of Ghada Amer, Third Text, 15:55, 2001. 63-74

ONABANJO, Oluremi C. Bisi Silva Changed the Way We See African Photography. Aperture Foundation NY, 2019. Disponível em: https://aperture.org/blog/bisi-silva-oluremi-onabanjo/

SILVA, Bisi. A talk on Asiko. MoMA Post. https://post.moma.org/post-presents-a-talk-on-asiko-the-pan-african-alternative-art-school/

Leituras Complementares [ o caso da RAW Material Company]

KOUOH, K. (ED.). Condition Report: Symposium on Building Art Institutions in Africa. Ostfildern, Germany: Hatje Cantz, 2013.

KOUOH, K., et al. (ED.) De l’histoire de l’art Afrique = On art history in Africa. Dakar: RAW Material Company, 2020.

SEMANA 8

Identidades e pertencimento II: a questão da diáspora, dentro e fora da África

 

Leituras Básicas

            DIAWARA, Manthia. A Arte da Resistência Africana. Artafrica. Lisboa, 2000.

PEFFER, John. A diáspora como objeto. Artafrica, 2003.

HALL, Stuart. Da Diáspora: Identidades e Mediações Culturais. Humanitas, 2013

Leituras Complementares

VALLE, Arthur; CONDURU, Roberto. Artes e diáspora africana: conflitos, cânones, recomeços. Revista Modos, 2022 [dossiê no prelo]

SEMANA 9

Política da memória I: fotografia e história

 

Leituras Básicas

            LEENHARDT, Jacques; TITAN, Samuel (Orgs.). Seydou Keïta. São Paulo: IMS, 2018.

DIAWARA, Manthia. 1998. “Talk of the Town,” Artforum 36 (February 1998), pp. 64-71.

KELLER, Candace. 2014. “Framed and Hidden Histories: West African Photography from Local to Global Contexts,” African Arts 47, no. 4 (2014).

RIPS, Michael. Who Owns Seydou Keïta? The New York Times, 2006. Disponível em: <https://www.nytimes.com/2006/01/22/arts/who-owns-seydou-keita.html>. Acesso em: 5 jun. 2020.

Sugestão de Atividade [Zoe’s]

 

Janet Jackson Music Video, “Got ‘til it’s gone,” (Dir. Mark Romanek, Winner of 1997 Grammy Award for Best Short Form Music Video). 

SEMANA 10

Política da memória II: a questão do arquivo

 

Leituras Básicas

MOFOKENG, Santu; GARB, T. Perseguindo sombras – Santu Mofokeng. Revista Zum #3, 2012.

Leituras Complementares

SEKULA, Allan. 1987. “Reading an Archive.” In Blasted Allegories. Cambridge, Mass.: MIT Press, 114-27.

WEEK 11

Pensando a arte africana contemporânea do Brasil: o caso da Bienal de São Paulo e outras histórias de exposições

 

Leituras Básicas

BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO; PEDROSA, Adriano (Orgs.). Roteiros, roteiros, roteiros, roteiros. São Paulo: Parque do Ibirapuera, 1998. (XXIV Bienal de São Paulo, 3 de outubro a 13 de dezembro de 1998)

BIENAL INTERNACIONAL DE SAO PAULO, Lagnado, Lisette; PEDROSA, Adriano; CHRISTINA ROCA, José; et al. 27a Bienal de Sao Paulo: seminários. Rio de Janeiro: Fundação Bienal de São Paulo: Cobogó, 2008.

 

RIBEIRO, Luciara. Modernismos Africanos nas Bienais de São Paulo (1951-1961). Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2019.

SEMANAS 12-14

Apresentação dos alunos

SEMANA 15

Encerramento do curso

BIBLIOGRAFIA

BÁSICA

ACHEBE, Chinua. The Igbo World and its Art, Hopes and Impediments. N.Y.: Doubleday, 1989. 62-67.
AMSELLE, Jean-Loup. 2018 [2005]. “L’art de la friche: French Artistic Networks in Africa” (com introdução de Z. S. Strother). Art in Translation 10 (3), 316-338, 350-51.
ANATSUI, El. ‘Sankofa: Go back an’ pick’: Three studio notes and a conversation. Third Text, v. 7, n. 23, p. 39–52, 1993.
ARAEEN, Rasheed. “Modernidade, modernismo e o lugar da África na história da arte da nossa época”. Artafrica, 2003.
BEVILAQUA, Juliana. Um campo em construção: as coleções de arte africana nos museus brasileiros. Arte não europeia: conexões historiográficas a partir do Brasil. Estação Liberdade/ Vasto: São Paulo, 2020.
BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, Lagnado, Lisette; PEDROSA, Adriano; CHRISTINA ROCA, José; et al. 27a Bienal de Sao Paulo: seminários. Rio de Janeiro: Fundação Bienal de São Paulo : Cobogó, 2008.
BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO; PEDROSA, Adriano (Orgs.). Roteiros, roteiros, roteiros, roteiros. São Paulo: Parque do Ibirapuera, 1998. (XXIV Bienal de São Paulo, 3 de outubro a 13 de dezembro de 1998)
COLARD, Sandrine. Archival Turn Table. À l’écoute du remix dans l’œuvre de Sammy Baloji. In: GARRIC, Jean-Philippe (Org.). Les spectacles du patrimoine : Sources, exposition, usages. Paris: Éditions de la Sorbonne, 2019, p. 141–162. (Création, Arts et Patrimoines).
COLARD, Sandrine. The Afterlife of a Colonial Photographic Archive: The Subjective Legacy of InforCongo. Critical Interventions, v. 12, n. 2, p. 117–139, 2018.
Diawara, Manthia. 1998. “Talk of the Town,” Artforum 36 (February 1998), pp. 64-71.
DIAWARA, Manthia. A Arte da Resistência Africana. Artafrica. Lisboa, 2000.
ENWEZOR, Okwui; OKEKE-AGULU, Chika. Situando a arte contemporânea africana. In Africa Africans, São Paulo: Museu Afro-Brasil, 2015
ENWEZOR, Okwui. Onde, o quê , quem, quando: Algumas notas sobre o conceptualismo Artafrica, s/d.
FALL. Ngone. Criando um espaço de liberdade: mulheres artistas de África. Global Feminisms, 2007
HALL, Stuart. Da Diáspora: Identidades e Mediações Culturais. Humanitas, 2013
Keller, Candace. 2014. “Framed and Hidden Histories: West African Photography from Local to Global Contexts,” African Arts 47, no. 4 (2014).
KOIDE, Emi. Arte africana? Denominações, clichés e desafios em torno da produção artística contemporânea do continente africano. Fórum Permanente, 2015.
MOFOKENG, Santu; GARB, T. Perseguindo sombras – Santu Mofokeng. Revista Zum #3, 2012.
OGUIBE, Olu. “Nationalism, Modernity, Modernism”. In: ______. The Culture Game. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2004, p. 47-59.
Oguibe, Olu. 1996. “Photography and the Substance of the Image,” in In/Sight: African photographers, 1940 to the present. N.Y.: Guggenheim.
OGUIBE, Olu. El Anatsui: Beyond Death and Nothingness. African Arts 1998; 31 (1): 48–96.
OGUIBE, Olu. Love and desire: the art of Ghada Amer, Third Text, 15:55, 2001. 63-74
OKEKE-AGULU, Chika. Arte Africana Moderna. Artafrica, 2003.
ONABANJO, Oluremi C. Bisi Silva Changed the Way We See African Photography. Aperture Foundation NY, 2019. Disponível em: https://aperture.org/blog/bisi-silva-oluremi-onabanjo/
PEFFER, John. A diáspora como objeto. Artafrica, 2003.
Projeção de trechos do registro do encontro entre Dominique Zinkpè (Benim), Owusu-Ankomah (Gana) e Soly Cissé (Senegal). Disponível em: http://www.forumpermanente.org/event_pres/encontros/africa-africans/videos/encontro-3
RIBEIRO, Luciara. Modernismos Africanos nas Bienais de São Paulo (1951-1961). Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2019.
SALUM, Marta Heloísa Leuba. Que dizer agora sobre arte africana? Africa nas exposições da virada do século XX para o XXI, no Brasil e no exterior. Arte 21, São Paulo, Centro Universitário Belas Artes, v.2, n.3, jul./dez. 2014, p. 10-26.
SILVA, Bisi. A talk on Asiko. MoMA Post. https://post.moma.org/post-presents-a-talk-on-asiko-the-pan-african-alternative-art-school/
STROTHER, S.Z. Iconoclasmo por procuração. Arte não europeia: conexões historiográficas a partir do Brasil. Estação Liberdade/ Vasto: São Paulo, 2020.

COMPLEMENTAR

ARAÚJO, Emanuel (org.). Africa Africans: arte contemporânea. Museu Afro Brasil, 2015.
BELTING, Hans. ‘Arte híbrida? Um olhar por trás das cenas globais’. Arte & Ensaios, UFRJ, ano IX, n. 9, 2002, p. 170.
CONDURU, Roberto. O mundo é uma tribo – ‘Africa Remix’ revisitada. Buala, 2011
DIAS, José Antônio. Das Esquinas do Olhar. Artafrica, s/d.
HALL, Stuart. A modernidade e os seus outros: três momentos na história das artes na diáspora negra do pós-guerra. Artafrica, s/d.
HARVEY, David. Modernidade e modernismo. A condição pós-moderna. São Paulo: ed. Loyola, 2008
Janet Jackson, “Got ‘til it’s gone,” (Dir. Mark Romanek)
KOUOH, K. (ED.). Condition Report: Symposium on Building Art Institutions in Africa. Ostfildern, Germany: Hatje Cantz, 2013.
KOUOH, K., et al. (ED.) De l’histoire de l’art Afrique = On art history in Africa. Dakar: RAW Material Company, 2020.
MEIER, Sandy Prita. Modernism in Africanist Art History: The Making of a New Discipline. In: LINDGREN, Allana; ROSS, Stephen (Eds.). The Modernist World. Nova York: Routledge, 2015, p. 214-224.
MOURA, Sabrina. Arte contemporânea africana e os paradoxos da “virada global”. Arte não europeia: conexões historiográficas a partir do Brasil. Estação Liberdade/ Vasto: São Paulo, 2020.
SALLES, Sandra M. A arte nigeriana e a produção do “moderno”: atores, trânsitos e narrativas. Anais do 30° Simpósio Nacional de História – História e o futuro da educação Brasil. Recife: Associação Nacional de História – ANPUH-Brasil, 2019.
SEKULA, Allan. 1987. “Reading an Archive.” In Blasted Allegories. Cambridge, Mass.: MIT Press, 114-27.
SHONIBARE, Yinka. Of Hedonism, Masquerade, Carnivalesque and Power. Art of the Contemporary African Diaspora. Nova York: Museum for African Art, 2003, 163-77.
SMITH, Terry. Arte contemporânea: correntes mundiais em transição para além da globalização. PÓS:Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG. v7., n.13: mai.2017.
VALLE, Arthur; CONDURU, Roberto. Artes e diáspora africana: conflitos, cânones, recomeços. Revista Modos, 2022 [dossiê no prelo]