Tocapu foi uma forma de arte decorativa usada no Império Inca, presente em várias mídias, como tecidos, cerâmicas e objetos de madeira. É composto de padrões geométricos variáveis, que podem se conformar em uma unidade separada ou em um campo de vários elementos. Geralmente são dispostos em unidades retangulares ou quadradas formando fileiras.

Alguns cronistas coloniais associaram o tocapu ao demiurgo andino Viracocha, como foi o caso de Cristóbal de Molina el Cusqueño, em sua Relación de las fábulas y ritos de los incas (1575). Quase todas as menções ao tocapu em fontes do início do período colonial o relacionam a tecidos ou como pintado em outros objetos: No dicionário Aymara de Ludovico Bertonio (1612), o termo aparece como “vestimenta ou roupa do Inca feita com mil maravilhas”; no dicionário anônimo quíchua-espanhol de 1586, tocapu é definido como “trabalho que é perfurado, tecido ou em vasos, painéis e etc.”

Alguns estudiosos propuseram que o tocapu era uma linguagem visual simbólica. Na ausência de qualquer evidência documental ou histórica, a derivação e o significado de tocapu permanecem obscuros. Sabemos que, durante o período inca, somente as pessoas afiliadas à administração do estado podiam usar roupas com desenhos de tocapu. Isso pode indicar que esses padrões geométricos estavam associados a um status social elevado e, talvez, ao local de origem.

Os padrões geométricos do tocapu decoravam uma grande variedade de objetos, como túnicas, vasos de vários formatos, especialmente os queros (vasos rituais para beber feitos de cerâmica ou madeira), painéis de madeira e monumentos funerários.