Símbolo da cultura nacional de Angola e representado até mesmo na filigrana das cédulas de Kwanza, a moeda do país, o Pensador é uma escultura de origem Cokwe, um grupo étnico Bantu concentrado no nordeste de Angola, no sudoeste do Congo e no extremo noroeste da Zâmbia. A escultura representa a figura de um ancião, mulher ou homem, e reflete a relação que a cultura angolana e outras culturas africanas têm com os anciãos, que representam a sabedoria e os detentores da experiência e dos segredos da vida.

Sua origem ainda é indefinida, apesar das várias especulações. Acredita-se que a escultura remonta aos tempos pré-coloniais (antes do Congresso de Berlim de 1884-5), mas foi somente a partir de 1980 que a figura do pensador começou a ser usada como referência da coletividade nacional de Angola.

“A peça, que alguns também chamam de Kuku Samanyoga, faz parte do n`gombo ya cisuka, a cesta de adivinhação, o que lhe dá uma origem mística e sagrada: não tem nada a ver com a representação de “Dante na entrada dos portões do inferno”, nem faz qualquer alusão ao famoso poema “A Divina Comédia”, como faz “o outro”. O “nosso pensador” tem mais a ver com a análise do presente, a previsão do futuro ou, em geral, com a imagem do ancião que medita.” – Jornal de Angola – O pensador Cokwé em seu labirinto (2018)